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Hepatite

A hepatite é uma infecção no fígado (na qual o agente agressor causa uma inflamação e consequente  morte  das células do fígado) que pode ter várias causas, como vírus (vírus da hepatite: A, B, C, D, E, G), bactérias e pelo consumo de produtos tóxicos (como medicamentos, álcool e algumas plantas). As hepatites virais podem afectar qualquer ser humano, independentemente da idade, do sexo, da raça e da classe sócio-económica. As hepatites virais são doenças frequentes, mas é possível a sua prevenção e mesmo a sua cura.


Além dos chamados vírus da hepatite que têm uma afinidade pelo fígado, existem outros vírus que embora sem essa afinidade podem também ser causa de hepatite. São eles: 
  •   Citomegalovirus - CMG;
  •  Herpes vírus;
  •  Vírus Epstein-Barr;
  •  Vírus ébola;
  •  Vírus do sarampo;
  •  Outros vírus.


Consoante a resposta do organismo a infecções, temos:
  • Se o organismo conseguir responder de um modo adequado, a hepatite pode curar-se;
  •  Se a infecção é muito intensa pode evoluir para uma forma grave (hepatite fulminante);
  •  Se a resposta é insuficiente, a infecção persiste e torna-se crónica. A hepatite crónica pode evoluir para uma lesão mais grave no fígado (cirrose) ou para o carcinoma hepático (cancro do fígado), podendo, em função disso, provocar a morte. No entanto, desde que detectadas antes de causarem maiores danos hepáticos, as hepatites crónicas podem ser acompanhadas, controladas e mesmo curadas.


Os diferentes vírus que causam hepatite têm em comum a afinidade pelas células do fígado (por isso são chamados vírus hepatotropos) mas também têm diferenças importantes quanto às vias de transmissão e quanto à evolução da hepatite que causam. Assim, as hepatites virais podem ser agudas ou crónicas. A maior parte das hepatites agudas curam-se, no entanto, algumas podem evoluir para hepatite crónica. Chama-se crónica à hepatite que não se cura ao fim de 6 meses. A hepatite crónica pode dar origem a cirrose e, mais raramente, a cancro do fígado. A Hepatite A e a Hepatite E nunca evoluem para Hepatite Crónica.  No entanto, cerca de 80% das Hepatites C evoluem para a Hepatite Crónica C. 
Existem 5 tipos de hepatites (A, B, C, D e E) que, além de serem provocadas por vírus bem diferentes entre si, têm consequências também muito diferentes para o organismo infectado. As mais frequentes em Portugal são a A, a B e a C. A hepatite D (delta) além de rara, só surge praticamente em toxicodependentes com consumo de drogas intravenosas e exclusivamente associada à hepatite B. A hepatite E raramente é descrita na Europa Ocidental.


Transmissão

 Os vírus da hepatite podem ser transmitidos através da água e de alimentos contaminados com matérias fecais (hepatites A e E), pelo contacto com sangue contaminado (B, C, D e G) e por via sexual (B, D e, mais raramente, na hepatite C – 5% dos casos). Pode ainda transmitir-se através do muco e de gotas de saliva.



Sintomatologia

 As hepatites virais podem não causar qualquer sintoma, podem originar queixas semelhantes às da gripe, ou então causar cor amarelada dos olhos e da pele (icterícia – pode ser fatal), urina escura, falta de apetite, náuseas, vómitos, cansaço. A maior parte das pessoas com hepatite crónica nunca teve qualquer sintoma, mas é possível saber se tem hepatite através de análises de sangue


Diagnóstico

Embora o fígado seja um órgão com capacidade regenerativa, o que é muito favorável em casos de hepatite, na maioria das vezes não apresenta sinais externos da sua deterioração, o que faz com que muitas pessoas com hepatite só descubram a doença quando esta já se encontra num estado avançado. Por este motivo, é importante a realização de rastreios que possibilitem a detecção do vírus no sangue (análises sanguíneas).


Tratamento

 Não existe tratamento específico para a maioria das hepatites virais agudas, mas existe tratamento para as hepatites virais crónicas, que podem resultar na cura ou, na pior das hipóteses, no controlo da doença, dependendo do estágio em que foi descoberta. Existem alguns medicamentos que poderão atrasar a evolução e nalguns casos curar as hepatites crónicas (hepatite B e C). Para a hepatite C poderá administrar-se Interferão isoladamente ou em associação com Ribavirina. Para a hepatite B também se pode administrar Interferão e, além deste, pode administrar-se ainda Lamivudina.


Prevenção

A única forma verdadeiramente eficaz de prevenir as hepatites é através da vacinação, sendo actualmente possível a prevenção de três hepatites víricas: a hepatite A, a hepatite B e a hepatite D (por estar sempre associada à hepatite B).
No entanto devemos tomar a atitude da prevenção universal: todo o instrumento cirúrgico e não cirúrgico (tesoura, escova de dentes, material dentário, material utilizado em tratamentos de estética) deverá ser correctamente limpo e se possível esterilizado; uso de preservativo nas relações sexuais; cuidado com alimento ingeridos; saneamento. 

 




Bibliografia:
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