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Varíola











O vírus da varíola é um Orthopoxvírus variolae, um dos maiores vírus que infectam seres humanos. O seu genoma é de DNA de cadeia dupla e é dos mais complexos existentes que afecta o ser humano.
O vírus entra no corpo humano através do tracto respiratório e implanta-se nas células epiteliais da orofaringe e na mucosa pulmonar. Essas células são os locais de acumulação do vírus e sua replicação activa. No início da infecção os pacientes são altamente contagiados através da transmissão via aérea, devido à elevada concentração de partículas virais existentes no início do tracto respiratório. O sistema imunitário do organismo reage contra o vírus, destruindo as células antes que o vírus se multiplique. Porém, o sistema imunitário não consegue bloquear completamente a multiplicação do vírus, pois a proteína que produz faz com que o mesmo fique resistente aos anticorpos.



 
Progressão e sintomas
 
     Há dois tipos de varíola, a varíola major (ou apenas varíola) e a varíola minor ou alastrim, com os mesmos sintomas mas muito mais moderados.
     A transmissão da doença ocorre através do contacto com pessoas doentes e pelos objectos utilizados por essa mesma pessoa.
     Após 14 dias de incubação a doença começa a manifestar-se. Os sintomas iniciais são semelhantes aos da gripe, com febre, mal-estar, fadiga, surgindo depois dores musculares e gástricas, manchas avermelhadas e vómitos  violentos. Após infecção do tracto respiratório, o vírus multiplica-se nas células e espalha-se primeiro para os órgãos linfáticos e depois via sanguínea para a pele, onde surgem as pústulas típicas, primeiro na boca, depois nos membros e de seguida generalizadas. As pústulas podem ser tão numerosas que convergem, destacando grandes porções de pele do corpo, o que é geralmente fatal. A distinção da varicela é fácil, pois na varíola todas as pústulas sãosemelhantes, crescendo paralelamente, enquanto que na varicela existem em vários estágios de maturação.
     A varíola hemorrágica é uma variante sem pústulas, mas com hemorragias subcutâneas, nos olhos e nos orgãos internos, sendo invariavelmente fatal.
     A taxa global de mortalidade da varíola major era 40%, enquanto a do alastrim era, apenas, de 2%. a morte pode ocorrer por broncopneumonia.
     Os sobreviventes ficam com marcas (cicatrizes) devido às pústulas que secam e formam crostas. Se estas surgirem na córnea, pode provocar cegueira.



Diagnóstico e tratamento


     O diagnóstico faz-se por análise pelo microscópio electrónico do líquido das pústulas. Os vírus são característicos e facilmente visíveis.
     Como a doença fragiliza o sistema imunitário do indivíduo, há grande possibilidade de, nesse período, contrair novas doenças e infecções. Como é uma doença provocada por vírus, não existem tratamentos específicos, sendo que a preocupação é voltada para as sequelas que a doença pode deixar. A doença pode ser prevenida através da vacina que cria imunidade contra o vírus.



Erradicação

     Foi erradicada por um programa de vacinação promovido pela OMS na década de 1970. A vacina é baseada na administração de vírus vivo vaccinia (o nome da vacina vem do nome deste vírus já que foi a primeira vacina), aparentado da varíola. Este vírus leva à imunização eficaz mas, numa pequena minoria de inoculados, pode produzir sintomas graves como infecção generalizada, encefalite, febre, exantemas, e outros sintomas. A morte advém em um em cada milhão de inoculados. Este risco era claramente aceitável quando a morte devido à varíola era uma possibilidade mas, hoje que o perigo é inexistente ou mínimo, a vacina já não é usada. Indivíduos idosos em todo o mundo foram vacinados antes de 1970 e continuam, portanto, imunes.
 


Curiosidade

         Recentemente, no Brasil, foi detectado um “primo” da varíola, que contamina frequentemente animais e algumas pessoas. Porém, não é algo para uma grande agitação, porque por enquanto as contaminações são iguais.
Este “primo” da varíola (o vírus vaccinia) por enquanto não é uma doença mortal, mas causa danos sociais devastadores já que deixa a pessoa extremamente horrível (devido a ferimentos que aparecem pus).
Ainda não existe tratamento para o “primo” da varíola, apenas existem medicamentos para o controlo de sintomas (perda de peso, problemas linfáticos, mal-estar).
O seu aparecimento gerou uma onda de reflexão, principalmente, se este vírus apareceu naturalmente como uma nova pandemia, ou que foi modificado em laboratório para que algumas empresas comecem a vender medicamento ou tratamentos para essa ou outras doenças ou que possa ser armas biológicas experimentais.
Nunca saberemos a verdadeira razão. Mas caso esta pandemia se espalhe pelo mundo ou pelo Brasil, se vai ficar ou não concentrado em regiões isoladas, por enquanto ninguém sabe isso.




Bibliografia: