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Sarampo

O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave, transmissível e extremamente contagiosa, muito comum na infância. Manifesta-se por alterações marcantes da pele, exantema eritematoso (pele avermelhada, com placas tendendo a unirem-se) e com comprometimento de vários órgãos, produzindo diversos sintomas e uma erupção característica, causada por um vírus do género Morbillivirus, da família Paramyxoviridae.


Transmissão

Transmite-se de pessoa para pessoa por via aérea através de aerossóis expelidos ao tossir, espirrar, falar ou respirar. O vírus acumula-se na mucosa nasal onde se reproduz, passando depois para a corrente sanguínea. Afecta sobretudo as crianças, sendo o tempo de aparecimento do sarampo após o contágio (período de incubação) de oito a doze dias. O período de transmissibilidade é de cerca de 2 a 4 dias antes da manifestação da erupção até 2 a 5 dias depois do aparecimento da erupção.


Sintomas

Começam aproximadamente entre o 7.º e o 14.º dias depois da infecção e caracterizam-se por:
  •  Febre muito alta;
  •  Congestão nasal;
  •  Dor de garganta;
  •  Inflamação da conjuntiva e das vias respiratórias superiores;
  •  Mal-estar;
  •  Tosse seca;
  •  Vermelhidão dos olhos;
  •  Minúsculas manchas brancas (manchas de Koplik) na boca;
  •  Aparecimento de erupções à frente e por baixo das orelhas e dos lados do pescoço que depois se espalham para o tronco, braços e pernas, à medida que vão desaparecendo na cara.


A partir do momento em que desaparecem as erupções cutâneas, a febre baixa progressivamente, e também desaparecem os restantes sintomas.
No ponto de maior desenvolvimento da doença, a pessoa sente-se muito doente, a erupção é extensa e a febre pode ultrapassar os 40 ºC.


Diagnóstico

O diagnóstico é feito através da verificação dos sintomas típicos da doença e da sua evolução, embora existam análises que podem confirmar o diagnóstico de sarampo.
O exame interno da bochecha permite identificar pequenos pontos branco-amarelados (enantema de Koplick) que confirma o diagnóstico.
Em situações mais difíceis, a presença de anticorpos no sangue (devido à reacção do organismo para se defender do vírus) permite confirmar a existência desta patologia.


Tratamento

Antes da existência da vacina, o sarampo era considerada uma doença incurável.
Não existe tratamento específico para o sarampo. O tratamento profilático com antibiótico é contra - indicado.
 As medidas terapêuticas são utilizadas para reduzir a febre e aliviar sintomas (como a congestão nasal e a tosse) e baseiam-se na administração de antipiréticos, antitússicos e antibióticos.
É recomendável a administração da vitamina A em crianças acometidas pela doença, a fim de reduzir a ocorrência de casos graves e fatais. A OMS recomenda administrar a vitamina A, em todas as crianças, no mesmo dia do diagnóstico do sarampo.
O sarampo requer cuidados especiais, tais como, repouso, higiene adequada dos olhos, dieta líquida para compensar a perca de electrólitos, aplicação de anti-piréticos e manutenção da vigilância médica, para evitar o surgimento de complicações, como otite, laringite, pneumonia, bronquite e diarreia (as mais vulgares).



Prevenção
A prevenção reside sobretudo na vacinação. A vacina contra o sarampo conhecida como VASPR ou tríplice vírica, faz parte de uma associação que inclui ainda as vacinas contra a papeira e a rubéola. É indicada para todas as pessoas não imunizadas (crianças a partir de 1 ano) e protege cerca de 97% dos vacinados.

A reacção à vacina surge cerca de duas a três semanas após a administração da vacina e consiste num quadro febril de curta duração, acompanhado de uma ligeira erupção na pele e por tosse leve e discreta.


Contra-indicações para vacinação:

  •  Mulheres grávidas;
  •  Pessoas sujeitas a transfusão de sangue, plasma ou gamaglobulina há menos de seis semanas;
  •  Uso de corticóides;  
  • Febre alta e comprometimento geral importante;
  •  Portadores de linfoma e tumor maligno;
  •  ...


Complicações

Embora seja uma doença benigna, auto limitada (cura ao fim de alguns dias sem tratamento específico), podem por vezes surgir complicações graves e até mortais.
As complicações do sarampo são raras em crianças bem alimentadas, mas algumas podem ser graves. Além das complicações causadas pelo próprio vírus, o sarampo pode complicar-se por infecções secundárias causadas por bactérias (otite, pneumonia, laringite), no período em que a criança tem as suas defesas diminuídas pela doença. Estas complicações atingem mais as crianças subnutridas.

Há uma complicação grave, mas muito rara, que aparece meses ou anos depois da doença, atingindo o sistema nervoso de forma progressiva e que, em geral, leva à morte. Esta complicação, chamada Panencefalite Esclerosante Subaguda, parece resultar de uma infecção do cérebro causada pelo vírus do sarampo, que se aloja nesse local durante a fase aguda da doença mantendo-se como "adormecido" por um período longo, até ser reactivado por factores que não são ainda conhecidos.




Bibliografia: